Dando continuidade a nossa série, iremos conhecer o Jainismo, uma religião pouco falada mas que é bem conhecida na Índia, aliás ela é uma das mais antiga juntamente com o hinduísmo e o budismo.
Em sua origem, o Jainismo constituiu, ao lado do Budismo, uma vertente surgida no período das heterodoxias decorrentes da tradição bramânica na Índia. No decorrer de sua existência, a religião separou-se em duas vertentes: a Svetambara, que segue os cânones das escrituras que contêm os sermões e diálogos de Mahavira; e o Digambara, que acredita que os ensinamentos originais foram perdidos, mas a mensagem original é preservada.
Vista durante algum tempo pelos investigadores ocidentais como uma seita do hinduísmo ou uma heresia do budismo, devido à partilha de elementos comuns com estas religiões, o jainismo é contudo um fenômeno original. Ao contrário do budismo, o jainismo nunca teve um espírito missionário, tendo permanecido na Índia, onde os jainas constituem hoje cerca de quatro milhões de crentes.
Mahavira é considerado, então, pelos estudiosos das religiões, como o fundador da religião jainista, ideia, no entanto, não compartilhada pelos próprios seguidores da fé jainista, que afirmam ser sua religião eterna e sem fundadores, tendo sido apenas moldada em seu feitio atual por Mahavira. Segundo os adeptos, chamados também de jainas, a doutrina da religião foi revelada, ao longo de várias eras, desde o início dos tempos até o momento ou era atual, por 24 profetas – ou tirthankaras (“alguém que ensina o caminho”). Mahavira é tido puramente como o último e o mais importante entre esses 24 profetas, em cujos ensinamentos os princípios jainistas se baseiam.
Mahavira, assim como seu contemporâneo Sidarta Gautama, o Buddha (Buda), protestava contra os cultos ritualistas e a noção discriminatória de castas da religião hindu dominante; por isso, acredita-se que a filosofia da religião jainista tenha nascido como uma dissidência do bramanismo, isto é, como um movimento de reforma dentro do bramanismo ou hinduísmo primitivo. Apesar disso, como já mencionado, o sistema de crenças do jainismo pode ser entendido como mais antigo do que o próprio bramanismo (e eterno, segundo os jainistas).
Segundo a crença essencial do hinduísmo, a alma humana é imperfeita e, devido a essa imperfeição, necessita evoluir, o fazendo por meio de sucessivas encarnações, sob diferentes formas de vida (animais e humanas), de acordo com o seu carma (ou karma), isto é, a soma dos méritos e deméritos de uma vida. O carma é um princípio moral de causa e efeito; é um saldo das inevitáveis consequências de atos passados e, assim, o carma determina necessariamente as vidas futuras de um indivíduo e, portanto, para a maioria absoluta dos hindus, ele justifica o nascimento do homem em uma ou outra casta; ou seja, homem renasce continuamente em formas de vida entendidas como superiores – castas melhores – ou inferiores – castas piores – determinadas pelo carma (tudo que ele fez nas vidas passadas).
OS PRINCÍPIOS DO JAINISMO
Entre os livros sagrados do Jainismo, as doze angas ocupam a posição suprema. Na segunda anga, chamada sutra-keit-anga, há as seguintes declarações que nos dão discernimento quanto à natureza do Jainismo:
-Reconhece o que causa a escravidão da alma; e, reconhecendo-o, procura removê-lo.
-Todas as coisas são eternas por suas próprias naturezas.
-Como as aves engaioladas não saem de suas gaiolas, assim os ignorantes do certo e do errado não saem de sua miséria.
-Há três maneiras de cometer pecados: por nossos atos, autorizando outros e aprovando outros.
-Um sábio leva sua vida o mais eqüidistante possível, tanto do amor quanto do ódio.
-Todos os seres vivos odeiam a dor; logo, não os injuries e nem os mates.
-Essa é a essência da sabedoria: não tirar a vida de qualquer coisa.
-Deixa de lado o orgulho, a ira, o ludíbrio e a cobiça.
-Os homens sofrem individualmente pelos feitos por eles mesmos praticados .
-O sábio deveria considerar que não é só ele quem sofre; todas as criaturas do mundo também sofrem.
-A presunção é um espinho muito agudo; é muito difícil extraí-lo.
-Nenhum homem deveria buscar a fama e o respeito através de suas austeridades.
-Um homem deveria tratar todas as criaturas do mundo como ele mesmo gostaria de ser tratado.
CINCO SERES SUPREMOS
Os jainistas veneram cinco seres supremos. Os devotos seguem um ritual diário de invocação desses seres, inclinando-se em direção aos quatro pontos cardeais.
1) - ARHATS: Também conhecido como tirthankara ou jina, um arhat é o primeiro ser supremo, um mestre que lança os fundamentos para a libertação de outros, podendo fazê-lo sem a orientação de outro mestre. Sua imagem está no centro do Siddahachakra.
2) - SIDDHAS: O segundo ser supremo é o Siddha, equivalente jainista de um santo. Um siddha é uma alma que alcançou a libertação sob a orientação de um mestre, vivendo em estado de êxtase no topo do cosmo.
3) - ACHARYAS: Guias espirituais conhecidos como Acharyas formam o terceiro nível dos seres supremos. Cada acharya conduz uma ordem de monges ou monjas. No siddhachakra a imagem do acharya aparece a leste.
4) - UPADHYAYAS: O quarto nível dos seres supremos consiste nos Upadhyayas, monges instrutores que transmitem seu conhecimento das escrituras a outros monges e monjas. No siddhachakra a imagem do Upadhyayas aparece ao sul.
5) - MONGES: O restante dos monges jainistas ocupa o quinto nível dos seres supremos. No siddhachackra, o monge aparece a oeste. Para os digambaras, só os homens podem alcançar a libertação.
Uma das principais formas de culto dos jainas leigos é prestar homenagem às estátuas dos tirthankaras. Os jainas lavam as estátuas e dedicam-lhes oferendas, como mel, flores, arroz, etc. Alguns grupos jainas, como os Sthanakavasis e os Terapanthis, são contra o culto de imagens.
O crente não adora a estátua em si, mas antes as qualidades associadas a ela, de modo a receber inspiração para seguir o mesmo caminho. As estátuas podem ser adoradas nos templos ou então em pequenos santuários existentes nas casas. São representadas em posição de meditação, sentadas ou em pé.
Não é possível estabelecer qualquer forma de contacto com os tirthankaras através desta forma de culto, uma vez que estes, tendo alcançado a libertação, ficam fora do contacto humano.
As orações jainas fazem referência aos grandes actos dos tirthankaras e aos ensinamentos do Mahavira, sendo ditas num antigo dialecto do Bihar, o Ardha Magadhi. A principal oração é o Namaskara Sutra, através do qual o jaina presta homenagem às qualidades dos cinco grandes seres do jainismo.
O ato de fazer doações para a construção de templos é também considerado uma forma de culto, assim como a prática de peregrinações.
É isso galera, espero que gostem e compartilhem coms os amigos. Um forte abraço e até a próxima.
com informações de fonte:
Wikipédia; portalpandom
Em sua origem, o Jainismo constituiu, ao lado do Budismo, uma vertente surgida no período das heterodoxias decorrentes da tradição bramânica na Índia. No decorrer de sua existência, a religião separou-se em duas vertentes: a Svetambara, que segue os cânones das escrituras que contêm os sermões e diálogos de Mahavira; e o Digambara, que acredita que os ensinamentos originais foram perdidos, mas a mensagem original é preservada.
Vista durante algum tempo pelos investigadores ocidentais como uma seita do hinduísmo ou uma heresia do budismo, devido à partilha de elementos comuns com estas religiões, o jainismo é contudo um fenômeno original. Ao contrário do budismo, o jainismo nunca teve um espírito missionário, tendo permanecido na Índia, onde os jainas constituem hoje cerca de quatro milhões de crentes.
Mahavira é considerado, então, pelos estudiosos das religiões, como o fundador da religião jainista, ideia, no entanto, não compartilhada pelos próprios seguidores da fé jainista, que afirmam ser sua religião eterna e sem fundadores, tendo sido apenas moldada em seu feitio atual por Mahavira. Segundo os adeptos, chamados também de jainas, a doutrina da religião foi revelada, ao longo de várias eras, desde o início dos tempos até o momento ou era atual, por 24 profetas – ou tirthankaras (“alguém que ensina o caminho”). Mahavira é tido puramente como o último e o mais importante entre esses 24 profetas, em cujos ensinamentos os princípios jainistas se baseiam.
Mahavira, assim como seu contemporâneo Sidarta Gautama, o Buddha (Buda), protestava contra os cultos ritualistas e a noção discriminatória de castas da religião hindu dominante; por isso, acredita-se que a filosofia da religião jainista tenha nascido como uma dissidência do bramanismo, isto é, como um movimento de reforma dentro do bramanismo ou hinduísmo primitivo. Apesar disso, como já mencionado, o sistema de crenças do jainismo pode ser entendido como mais antigo do que o próprio bramanismo (e eterno, segundo os jainistas).
Segundo a crença essencial do hinduísmo, a alma humana é imperfeita e, devido a essa imperfeição, necessita evoluir, o fazendo por meio de sucessivas encarnações, sob diferentes formas de vida (animais e humanas), de acordo com o seu carma (ou karma), isto é, a soma dos méritos e deméritos de uma vida. O carma é um princípio moral de causa e efeito; é um saldo das inevitáveis consequências de atos passados e, assim, o carma determina necessariamente as vidas futuras de um indivíduo e, portanto, para a maioria absoluta dos hindus, ele justifica o nascimento do homem em uma ou outra casta; ou seja, homem renasce continuamente em formas de vida entendidas como superiores – castas melhores – ou inferiores – castas piores – determinadas pelo carma (tudo que ele fez nas vidas passadas).
OS PRINCÍPIOS DO JAINISMO
Entre os livros sagrados do Jainismo, as doze angas ocupam a posição suprema. Na segunda anga, chamada sutra-keit-anga, há as seguintes declarações que nos dão discernimento quanto à natureza do Jainismo:
-Reconhece o que causa a escravidão da alma; e, reconhecendo-o, procura removê-lo.
-Todas as coisas são eternas por suas próprias naturezas.
-Como as aves engaioladas não saem de suas gaiolas, assim os ignorantes do certo e do errado não saem de sua miséria.
-Há três maneiras de cometer pecados: por nossos atos, autorizando outros e aprovando outros.
-Um sábio leva sua vida o mais eqüidistante possível, tanto do amor quanto do ódio.
-Todos os seres vivos odeiam a dor; logo, não os injuries e nem os mates.
-Essa é a essência da sabedoria: não tirar a vida de qualquer coisa.
-Deixa de lado o orgulho, a ira, o ludíbrio e a cobiça.
-Os homens sofrem individualmente pelos feitos por eles mesmos praticados .
-O sábio deveria considerar que não é só ele quem sofre; todas as criaturas do mundo também sofrem.
-A presunção é um espinho muito agudo; é muito difícil extraí-lo.
-Nenhum homem deveria buscar a fama e o respeito através de suas austeridades.
-Um homem deveria tratar todas as criaturas do mundo como ele mesmo gostaria de ser tratado.
CINCO SERES SUPREMOS
Os jainistas veneram cinco seres supremos. Os devotos seguem um ritual diário de invocação desses seres, inclinando-se em direção aos quatro pontos cardeais.
1) - ARHATS: Também conhecido como tirthankara ou jina, um arhat é o primeiro ser supremo, um mestre que lança os fundamentos para a libertação de outros, podendo fazê-lo sem a orientação de outro mestre. Sua imagem está no centro do Siddahachakra.
2) - SIDDHAS: O segundo ser supremo é o Siddha, equivalente jainista de um santo. Um siddha é uma alma que alcançou a libertação sob a orientação de um mestre, vivendo em estado de êxtase no topo do cosmo.
3) - ACHARYAS: Guias espirituais conhecidos como Acharyas formam o terceiro nível dos seres supremos. Cada acharya conduz uma ordem de monges ou monjas. No siddhachakra a imagem do acharya aparece a leste.
4) - UPADHYAYAS: O quarto nível dos seres supremos consiste nos Upadhyayas, monges instrutores que transmitem seu conhecimento das escrituras a outros monges e monjas. No siddhachakra a imagem do Upadhyayas aparece ao sul.
5) - MONGES: O restante dos monges jainistas ocupa o quinto nível dos seres supremos. No siddhachackra, o monge aparece a oeste. Para os digambaras, só os homens podem alcançar a libertação.
Uma das principais formas de culto dos jainas leigos é prestar homenagem às estátuas dos tirthankaras. Os jainas lavam as estátuas e dedicam-lhes oferendas, como mel, flores, arroz, etc. Alguns grupos jainas, como os Sthanakavasis e os Terapanthis, são contra o culto de imagens.
O crente não adora a estátua em si, mas antes as qualidades associadas a ela, de modo a receber inspiração para seguir o mesmo caminho. As estátuas podem ser adoradas nos templos ou então em pequenos santuários existentes nas casas. São representadas em posição de meditação, sentadas ou em pé.
Não é possível estabelecer qualquer forma de contacto com os tirthankaras através desta forma de culto, uma vez que estes, tendo alcançado a libertação, ficam fora do contacto humano.
As orações jainas fazem referência aos grandes actos dos tirthankaras e aos ensinamentos do Mahavira, sendo ditas num antigo dialecto do Bihar, o Ardha Magadhi. A principal oração é o Namaskara Sutra, através do qual o jaina presta homenagem às qualidades dos cinco grandes seres do jainismo.
O ato de fazer doações para a construção de templos é também considerado uma forma de culto, assim como a prática de peregrinações.
É isso galera, espero que gostem e compartilhem coms os amigos. Um forte abraço e até a próxima.
com informações de fonte:
Wikipédia; portalpandom
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